Aprovações de carvão da China para 2023 crescem mais de 50 GW, diz Greenpeace
LarLar > Notícias > Aprovações de carvão da China para 2023 crescem mais de 50 GW, diz Greenpeace

Aprovações de carvão da China para 2023 crescem mais de 50 GW, diz Greenpeace

Jun 17, 2023

Mesmo quando os países procuram expandir a utilização de fontes de energia renováveis ​​para reduzir os efeitos das alterações climáticas, uma nova investigação da Greenpeace mostra que o esforço da China em matéria de segurança energética impulsionou as aprovações para centrais eléctricas a carvão.

A produção de mais de 50 gigawatts (GW) de nova energia a carvão foi aprovada em toda a China no primeiro semestre de 2023, mostra um novo estudo do Greenpeace, à medida que o maior poluidor de carbono do mundo se concentra na segurança energética em vez de reduzir o consumo de combustíveis fósseis.

A investigação do grupo ambientalista, publicada quinta-feira, mostra que os 20,45 GW de novo carvão aprovados no primeiro trimestre de 2023 duplicaram para 50,4 GW no final do segundo trimestre.

Cientistas e ambientalistas apelam aos governos para que façam cortes profundos nas emissões após ondas de calor recorde em todo o mundo.

No entanto, as repercussões das condições meteorológicas extremas levaram a China a construir ainda mais centrais a carvão, numa tentativa de contrariar os efeitos da seca na produção hidroeléctrica e evitar cortes de energia.

“O governo da China colocou a segurança energética e a transição energética em conflito”, disse Gao Yuhe, do Greenpeace, que liderou a pesquisa, à agência de notícias Reuters.

A China fez promessas de levar as emissões de carbono a um pico antes de 2030, mas outra promessa feita pelo presidente Xi Jinping de começar a reduzir o uso de carvão durante o período 2026-2030 está agora sob ameaça, disse Gao.

"Pequim afirmou claramente que a energia a carvão ainda crescerá a um 'ritmo razoável' até 2030", acrescentou.

Para visualizar este vídeo, habilite o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporte vídeo HTML5

Gao disse num comunicado publicado pelo Greenpeace que está claro que há dinheiro a ser ganho para se tornar um centro industrial verde, e as províncias estão informadas sobre isso. Mas não há “orientação adequada” do governo federal.

"A corrida da China para liderar a economia verde já começou. Mas os concorrentes estão apenas a adivinhar que caminho seguir. As províncias precisam de desenvolver orientações claras. E na China isso requer sinais políticos do governo central. O carvão é o problema. O sinal continua a ser que o carvão ainda é uma opção. A corrida já começou, mas ainda há carvão em jogo", disse Gao.

Na quinta-feira, o Greenpeace pediu o fim das novas aprovações de carvão na China ao publicar a pesquisa.

O grupo também apelou a “uma mudança política sistemática para apoiar não só a energia eólica e solar, mas também as soluções de energia verde, como o armazenamento de energia, que serão fundamentais para a transição energética da China a partir de hoje”.

dvv/sms (Reuters/Greenpeace)